História Verdadeira Do Autor José Paz De OliveiraResumo Da Minha Infância 1964 A 1976Nasci Em Sessenta E QuatroEntre Flores E VerdurasInverno Gado E FarturasMuita Paz E Muito Amor,Juntos Vovó E VovôPai E Mãe Tio E ParentesMas Quatro Anos SomenteA Minha Vida MudouFoi Numa Festa JuninaOnde Tudo ComeçouMeu Pai Meus Tios Meus AvosE Todos Naquele Dia,Brincavam Com AlegriaDando Viva Ao São JoãoQuando Uma DiscussãoTornou Tudo Em AgoniaAlguém Faltou Com RespeitoO Meu Tio Não SuportouCom O Sujeito FalouE O Cara Virou Num Cão,Com Uma Faca Na MãoNo Terreiro Foi PulandoMeu Tio Atrás AtirandoAcertou No Próprio IrmãoAo Ver Seu Irmão CaídoEle Desesperou SeNo Chão Com Ele Abraçou SePois Queria Muito Bem,Meu Pai Chegava PoremPra Ver O Que AconteciaDiante Da Sena Que ViaMatou O Cara TambémAquele Homem Da FacaJá Estava BaleadoMeu Tio Havia AcertadoCom Os Disparos Que Deu,Assim Que Ele PercebeuQue O Meu Pai Ia ChegandoMeio Que CambaleandoPro Meio Do Mato CorreuMeu Pai Porem AlcançouE Mais Uns Disparos DeuNo Homem Que Ali MorreuMas Não Antes De Uma Ação,Com Sua Faca Na MãoE Um Ataque Quase PerfeitoQue Passou Perto Do PeitoDo Lado Do CoraçãoMeu Pai Escapou Por PoucoMas Tava Pouco LigandoE Quase Foi PiorandoQuando Alguém Lhe Falou,Que O Homem Que Ele MatouNão Matou O Seu IrmãoPensa Numa ConfusãoA Desgraça Quase AumentouAo Saber Que O IrmãoHavia Matado O OutroMeu Pai Ficou Quase LoucoNão Atendia Ninguém,E O Meu Tio PoremTriste, Não Se DefendiaSó Lamentava E DiziaDeixa Me Matar TambémMatei O Meu Próprio IrmãoComo Vou Viver Com IssoAgora Sou Só Um LixoSem Futuro E Sem Valou,Morrer É Melhor Que A DorQue Sinto Agora No PeitoPor Tanto De Qualquer JeitoA Minha Vida AcabouMeu Pai Ouvindo As PalavrasDo Irmão Também QueridoFicou Muito ArrependidoE Chorando O Abraçou,Aquela Noite PassouNão Me Lembro Se DormiSó Me Lembro Do Que ViE Do Tamanho Da DorCom Apenas Quatro AnosAssisti Esse TerrorNinguém Imagina A DorQue No Momento Eu Senti,Jamais Esqueço O Que ViO Meu Tio Que MorreuTudo Como AconteceuE O Futuro Que PerdiNos Braços De Minha MãeNo Meio Da CorreriaEnquanto Eu Chorava OuviaDe Todo Lado O Clamor,Foi Meu Primeiro PavorE Eu Nem ImaginavaQue Muito Pior EstavaA Vovó E O VovôLogo No Dia SeguinteO Meu Pai E O Meu TioChorando Se DespediuE Foram Para A Prisão,Os Dois Perderam O IrmãoE Eu Fiquei Sem Os TrêsQue Foi Pra Banir De VezO Meu Pequeno CoraçãoO Meu Avô Não ChoravaNem Falava Com NinguémAo Lado Do Velho EngenhoFumava E Riscava O Chão,Numa Tal SituaçãoDifícil De AceitarUm Filho Para EnterrarE Mais Dois Levados A PrisãoDepois Meu Vô Vendeu TudoFomos Morar Na CidadeContratou AdvogadoE Gastou Muito Dinheiro,Acho Até Que O *****Só O Dinheiro LevouPorque O Meu Pai FicouPor Dois Anos PrisioneiroOs Dois Anos Se PassaramMeu Pai Saiu Da CadeiaPor Uma Parte AliviaMas Outro Lado Me Trai,Como Uma Bomba Que CaiMinha Mãe Um Dia SomeFugindo Com Outro HomemDeixando Eu, E O Meu PaiNisso Eu Tinha Sete AnosTrês Após A DesgraçaO Tempo Quase Não PassaQuando Você Sofre E Chora,Antes De Vir À MelhoraO Destino Me ApunhalouA Minha Mãe Me DeixouMas Isso É Outra HistoriaQuatro Anos Se PassavamDe Nada Eu Tinha EsquecidoUm Dia DespercebidoRecebi Outra Paulada,Vi Um Carro Na CalçadaE Lá Dentro Estava O Meu TioSua Vida Por Um FioCom Uma Grande FacadaApesar De Tanta MágoaPor Ter Matado O IrmãoTinha Um Bom CoraçãoO Meu Tio Era Um Amor,De Prosar, Fazer FavorEle Era Muito QueridoMas O Seu Melhor AmigoSem Motivos Lhe FurouQuando Digo Sem MotivosFoi Testemunha OcularQue Estava No LugarNa Hora Em Que Aconteceu,Meu Tio Nem PercebeuQuando O Sujeito PulouDe Um Cavalo E FurouMontou De Novo E CorreuCom Dois Dias No HospitalUma Boa Noticia VemQue O Meu Tio Estava BemPelo Radio Transmitido,Nunca Mais Eu Tinha SorridoComo Ri Naquela HoraMas Foi Contraria A HistoriaMeu Tio Tinha MorridoAté Aí Meu AmigoDigo Meu Caro LeitorA Historia Não AcabouOnze Anos Tinha Eu,Quando O Meu Tio MorreuO Segundo, Eu Tinha DoisVeja Um Ano DepoisO Que Me AconteceuO Meu Pai Era MecânicoUm Homem TrabalhadorNos Lugares Que PassouMuita Amizade Fez,O Irmão; Numero TrêsEra Só O Que RestavaE O Destino PreparavaSua Hora, Sua VezDois Cunhados Do AssassinoO Que Matou O Meu TioNão Sei Por Que DecidiuMatar O Meu Pai Também,Esse Caso PoremÉ De Fato Muito EsquisitoSão Nossos Primos LegítimosO Mesmo Sangue Nós TemMataram CovardementeDe Faca E Roçadeira Meu Pai Tinha Uma PeixeiraDe Apenas Seis Polegadas,Mantida Bem AfiadaMas Só Pra Unhas E EspinhosE Não Pra Enfrentar SozinhoDois Homens Numa EmboscadaPior Meu Caro LeitorÉ Lembrar Que AssistiDo Começo Ao Fim Eu ViDepois Meu Pai Lá No Chão,Vitima Da TraiçãoSeu Sangue Na Terra QuenteDerramado Por ParentesQue Não Tinham CoraçãoPoliciais No LocalRapidamente ChegaramNa Mesma Hora PegaramOs Assassinos E Prendeu,Mas Ninguém CompreendeuTamanha HumilhaçãoE A Verdadeira PrisãoFoi Pro Meu Pai Que MorreuLevados Á DelegaciaPor Alguns Dias Um FicouLogo A Política TirouA Coisa Lá Foi Bem Feia,O Outro Logo PasseiaInventou Que Era DoidoTeve Atestado De LoucoNem Passou Pela CadeiaEssa Historia É VerdadeiraEu Resumi Pra ContarNa Intenção De PublicarE Com Fé Em Deus Eu Consigo,E Nesses Versos Lhes DigoAproveitando O EnsejoQue Ainda Não É Um TerçoDo Que Aconteceu ComigoQuem Ler Ou Ouvir Meus VersosEu Creio Que Vai EntenderO Porquê De AcontecerDesgraças E Amarguras,Essa Doença É Sem CuraEspero Que Não Se EsqueçamTem Bebida Na Cabeça?Não Põe Armas Na CinturaEu Peço Que Me DesculpemSe Algo Errado EscreviPois O Pouco Que AprendiFoi Difícil Pra Danar,De Sofrer E TrabalharAté Hoje Aqui EstouO Mundo É Meu ProfessorAqui, Ali, Acolá.