José Paz De OliveiraO Diário De Um PolicialHoje É Meu Dia De FolgaMas Acordei ChateadoTenho Que Pegar Minha EsposaE Ir Com Ela Ao Mercado,Depois De Ter TrabalhadoE Não Ver No Bolso Um TostãoVou Me Apegar Ao CartãoPra Ver Se Compro FiadoBem Sedo Fiquei PensandoE Voltei Lá No PassadoLembrei Que Quando CriançaMeu Sonho Era Ser Soldado,E Eu Não Estava ErradoEm Busca Disso Eu Fui FundoTive Um Orgulho ProfundoA Me Ver RealizadoDeixei De Lado O BasqueteFutebol E Doutorado Não Quis Ser AdvogadoPra Não Defender O Mal,Esse É O Meu Ideal Lutar Em Prol Do Meu PovoDefender E Dar SocorroComo Um Bom PolicialO Não ReconhecimentoÉ O Que Mais Me MachucaArrisco-me A Levar CulpaSempre Que Entro Em Ação,Defendo O Bom CidadãoArriscando A Minha VidaMás Se Houver Bala PerdidaEu É Que Sou O VilãoSempre Faço O Meu TrabalhoCom Seriedade E CautelaNo Bairro Rico Ou FavelaVou Aonde Precisar,Se Tiver Bandido, Eu Vou LáPrendo E Não Pergunto Quem Que Culpa A Policia TemSe O Juiz Manda Soltar?Pior Ainda É SaberQue O Bandido Não Me RespeitaQuando Eu Encontro Ele PeitaJá Vi Parceiros Tombando,O Mal Está DominandoJá Me Sinto EnfraquecidoE Enquanto Eu Caço O BandidoO Bandido Está Me CaçandoTem Também Minha FamíliaQue Corre Riscos Por MimE Eu Sigo Na Vida AssimAté O Fim Da Jornada,Com A Alma MagoadaMas Com Muita DevoçãoEmbora Esta ProfissãoPareça Não Valer DadaVou Fazer A Minha CompraOu Pelo Menos TentarSe O Meu Cartão Não PassarEu Só Quero Dar Risadas,E Amanhã Tô Nas EstradasPois É Preciso Ser MachoPra Ter Um Salário BaixoE Essas Leis, Ultrapassadas."Rimando As Coisas Da Vida"